Fluxo de Caixa e DRE Gerencial – a essência de um bom Controle Financeiro
FLUXO DE CAIXA E DRE GERENCIAL
A ESSÊNCIA DE UM BOM CONTROLE FINANCEIRO
Para gerenciar bem uma empresa é preciso um bom Controle Financeiro e para isso é essencial o fluxo de caixa e a DRE Gerencial.
FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão financeira que registra e monitora todas as entradas e saídas de dinheiro de uma empresa ao longo do tempo. Na prática, ele controla de forma unificada todos os bancos e caixa em dinheiro vivo.
Ele é a base do Controle Financeiro. Não existe Controle Financeiro sem Fluxo de Caixa. O Controle Financeiro vai além do Fluxo de Caixa, englobando mais informações e em especial, a famosa DRE – Demonstração (ou Demonstrativo) de Resultados.
Você tem dois momentos do Fluxo de Caixa:
- Realizado (passado)
- Projetado (futuro)
FLUXO DE CAIXA REALIZADO
São os lançamentos que já foram realizados. É o Contas Pagas e o Contas Recebidas. Se filtrar por banco, você tem o extrato de cada um de forma perfeita, pois a conciliação é obrigatória para fechar o caixa.
Se todos os lançamentos forem classificados adequadamente segundo um plano de contas bem-feito, o Fluxo Realizado disponibiliza os dados para gerar a DRE, que é quem vai dizer se sua empresa está dando lucro ou prejuízo, de quanto e por que motivo.
FLUXO DE CAIXA PROJETADO
São os lançamentos previstos, o futuro. É o Contas a Pagar e o Contas a Receber unificados. Um Fluxo Projetado bem-feito simula a operação da empresa por pelo menos 6 meses futuros. Se as projeções forem bem-feitas, ele também pode gerar uma DRE do futuro confiável. Você enxerga seu futuro nele.
LANÇAMENTOS DO FLUXO DE CAIXA
Entradas
- Vendas de produtos ou serviços para os clientes
- Vendas de ativos (bens e direitos) da empresa
- Juros ou rendimentos de investimentos.
- Empréstimos recebidos
Saídas
- Pagamento de fornecedores
- Salários e encargos
- Aluguel, contas de energia, internet etc.
- Investimentos
- Pagamento de dívidas ou empréstimos
Saldo de caixa
- Positivo
- entrou mais dinheiro que saiu
- o resultado de caixa é positivo, mas não necessariamente ocorreu lucro
- para saber isso é preciso analisar a DRE
- Negativo
- Saiu mais dinheiro que entrou
- o resultado de caixa é negativo, mas não necessariamente ocorreu prejuízo
- para saber isso é preciso analisar a DRE
A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA
É a principal ferramenta de Controle Financeiro e sem controle tudo vira sacação.
- Ele registra tudo, ou seja, você pode saber a qualquer tempo sobre qualquer entrada e saída que ocorreu na empresa. Loucura não ter essa possibilidade. Seria o caos.
- Fornece os dados para gerar a DRE do Realizado permitindo responder questões básicas, principalmente se a empresa deu lucro ou prejuízo, de quanto e por que em qualquer período.
- E para a DRE do Projetado que é a principal ferramenta de planejamento ao enxergar o futuro. Você se antecipa aos problemas.
Enfim, uma empresa sem Fluxo de Caixa e DRE é uma empresa mal gerida. Se está bem, é por sorte.
DRE GERENCIAL – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
É essencial ter uma DRE Gerencial feita sob medida e dentro do seu controle financeiro. Ela vai te dizer em tempo real o que está acontecendo, dia a dia, semana a semana, mês a mês, ano a ano.
Quando o Lucro ocorre?
O Lucro deve ser calculado considerando apenas as Receitas e Despesas Operacionais.
As Receitas Operacionais são aquelas obtidas na atividade fim da empresa, ou seja, na venda de seus produtos, sejam eles bens ou serviços. E as Despesas Operacionais são aquelas realizadas para conseguir produzir e entregar esses mesmos produtos. As despesas podem ser fixas e variáveis.
O Resultado Operacional é então a diferença entre esses dois indicadores:
Resultado Operacional = Receita Operacional – Despesa Operacional
O lucro é quando o resultado dessa conta é positivo, simples. Se for negativo, é prejuízo. Isso dentro de um dado período.
E o que é Resultado de Caixa?
O Lucro é o que sobra no caixa no fim do mês? Quase nunca. É preciso colocar mais fatores nesta conta.
O Resultado de Caixa é o Resultado Operacional + Receitas Não Operacionais – Despesas Não Operacionais.
Receitas e Despesas Não Operacionais são aquelas não ligadas diretamente à produção, mas que impactam o caixa da empresa.
As Receitas Não Operacionais mais comuns são a tomada de empréstimos, o aporte de sócios e a venda de bens da empresa. Elas melhoram o saldo bancário. Na contramão estão as Despesas Não Operacionais: pagamento de empréstimos, retiradas dos sócios além do pró-labore e investimentos.
Assim, uma empresa pode estar dando Lucro, mas apresentar um Resultado de Caixa Negativo. Isso ocorre sempre que as Despesas Não Operacionais forem maiores que o Lucro somado às Receitas Não Operacionais. Isso quebra muita empresa.
Resumindo, quais são os Indicadores Fundamentais de uma Empresa?
O que uma empresa precisa é classificar corretamente suas despesas e receitas no Fluxo de Caixa e então gerar uma DRE simples e eficaz, que mostre o que acontece de fato nela. Tem gente que acha que a empresa está dando prejuízo e ela está na realidade dando lucro. O problema são as Despesas Não Operacionais. Isso exige intervenções específicas, com foco nelas e não na operação.
A DRE mais simples e eficaz é a que trabalha com esses macro indicadores:
- Faturamento
- Custo Variável
- Margem de Contribuição (1-2)
- Custo Fixo
- RESULTADO OPERACIONAL (1-2-4)
- Receitas Não Operacionais
- Despesas Não Operacionais
- RESULTADO DE CAIXA (6+7-8)
No link abaixo você confere outros indicadores de gestão, tema complementar:
Os indicadores de desempenho ou resultado essenciais para medir o sucesso de sua empresa
PLANO DE CONTAS
Em um Fluxo de Caixa é essencial criar um plano de contas para classificar cada entrada e saída em contas do Plano de Contas. Só assim uma DRE poderá ser gerada. A implantação de um Fluxo de Caixa começa sempre com a criação de um Plano de Contas bem-feito, sob medida para cada empresa. Vejamos um exemplo resumido de contas:
- Faturamento
- Pode dividir por forma de pagamento, unidade de negócio etc.
- Custo Variável
- Matérias Primas / Mercadorias / Insumos
- Mão de Obra de produção
- Impostos
- Comissões
- Taxas de cartão
- Fretes
- Outros
- Margem de Contribuição (1-2) (é o que sobra dessa conta) (lucro bruto)
- Custo Fixo
- Aluguel / Condomínio / IPTU
- Internet e telefonia
- Contador
- Mão de obra administrativa
- Pró-labore sócios
- Taxas anuais
- Outros
- RESULTADO OPERACIONAL (1-2-4) (essa conta que fala seu Lucro ou Prejuízo)
- Receitas Não Operacionais
- Empréstimos bancários
- Aportes dos sócios
- Vendas de bens da empresa / desinvestimentos
- Juros de aplicações financeiras
- Outros
- Despesas Não Operacionais
- Pagamento de empréstimos bancários
- Retira de lucro dos sócios
- Investimentos
- Contingências
- Outros
- RESULTADO DE CAIXA (6+7-8) (essa conta que fala se o caixa aumentou ou diminuiu)
Isso pode e deve ser um pouco mais detalhado, em especial as compras de material. Também os gastos com mão de obra.
RESUMO GERAL
- Administrar uma empresa sem DRE é pilotar um avião na chuva sem instrumentos, só contando com a sorte.
- O Fluxo de Caixa é a ferramenta básica para gerar uma DRE. Sem ele não há DRE.
- Uma DRE bem-feita é aquela que apresenta os números de forma clara e sem erros.
- Um Plano de Contas bem-feito, sob medida para sua empresa, é a base de uma DRE bem-feita.
- E nada disso vai funcionar se os lançamentos não forem feitos de forma correta e sistemática, preferencialmente diária.
Repetindo, para gerenciar bem uma empresa é preciso um bom Controle Financeiro e para isso é essencial o fluxo de caixa e a DRE Gerencial
MENSAGEM PARA QUEM AINDA ESTÁ NO EXCEL
O Excel é um excelente programa, capaz de gerir de forma decente muitos tipos de empresa. Mas em geral controles financeiros em Excel apresentam os seguintes problemas:
- Muitos são apenas o Fluxo de Caixa e não geram uma DRE e sem DRE só sobra poder rastrear o dinheiro. Não há como analisar os resultados.
- Os que geram DRE possuem limitações, pois em geral é feito um controle por ano, não permitindo analisar com rapidez períodos distintos e entre anos.
- E a maioria das DRE não obedecem a uma classificação correta, em especial por não separarem Resultado Operacional de Resultado de Caixa.
- Não controlam os bancos
- É muito mais fácil cometer erros em planilhas
- É difícil refazer relatórios ou mudanças.
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